sábado, 28 de abril de 2012

A ARTE EM LIVROS

Artista cria livros-escultura cortando página por página

Alexander Korzer-Robinson transforma livros antigos em obras de arte usando apenas as imagens contidas no volume.

Depois de prontos, os livros-esculturas são selados e não podem mais ser abertos.  (Foto: Alexander Korzer-Robinson / Barcroft)
(Foto: Alexander Korzer-Robinson / Barcroft)
O artista alemão Alexander Korzer-Robinson passou quase um ano desenvolvendo uma técnica para transformar livros antigos em obras de arte, cortando página por página para formar uma escultura em 3D.
Ele recorta o contorno de algumas ilustrações e remove outras, formando sua composição usando apenas imagens contidas no volume em que está trabalhando.
'Eu passo muito tempo em sebos e antiquários procurando livros que me inspirem. Sempre que viajo, tento descobrir onde ficam as lojas de livros usados', disse Korzer-Robinson à BBC Brasil.
Depois de prontos, os livros-esculturas são selados e não podem mais ser abertos. O artista diz que o objetivo é que eles sejam pendurados na parede ou expostos em uma prateleira, como um objeto de arte.
'Esses livros, que perderam sua utilidade com a passagem do tempo, ganham um novo propósito. Eles não são mais ferramentas de aprendizado sobre o mundo, mas uma maneira de se conhecer a si mesmo.'

Fonte:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/04/artista-cria-livros-escultura-cortando-pagina-por-pagina.html

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Por que livros antigos têm o mesmo cheiro forte?

Por que livros antigos têm o mesmo cheiro forte?

DIA 23 DE ABRIL- DIA MUNDIAL DO LIVRO



Faz sentido que o Dia Internacional do Livro seja comemorado dia 23, pelo mundo afora. A data, estabelecida em caráter definitivo pela Unesco em 1996, homenageia dois gigantes máximos da literatura ocidental. O 23 de abril seria, por uma lenda repetida universalmente, o dia em que morreram, no mesmo ano, o espanhol Miguel de Cervantes (1547 – 1616), o inventor do romance moderno com Dom Quixote, e o inglês William Shakespeare (1564 – 1616), o inventor do humano, como o chama Harold Bloom.
Trata-se de uma das mais instigantes mitologias do universo literário, uma lenda que dota o terreno profano da literatura de uma data mágica ao estilo das Vidas de Santos (que antes eram muito mais comuns em livro). Dois dos pilares da literatura mundial viveram de fato na mesma época, mas a predestinação histórica que os teria feito partir ao mesmo tempo é ficção.
Para começar, da biografia de Shakespeare, autor de obras onipresentes em praticamente todo o mundo, sabe-se muito pouco. Embora tenha deixado quase 1 milhão de palavras de texto, apenas 14 delas são comprovadamente de seu próprio punho: o nome assinado seis vezes e as palavras “por mim” em seu testamento, como conta um de seus biógrafos, Bill Bryson, em Shakespeare: a Vida É um Palco. Há pouca informação mesmo sobre o dia de seu falecimento – têm-se registros de seus funerais, mas não a data exata do óbito.
Mesmo que tenha sido 23 de abril a data da morte de Shakespeare, não teria sido no mesmo 23 de abril de Cervantes pelo simples motivo de que, na época, a Espanha, onde Cervantes vivia, havia adotado, como bom país católico, o calendário imposto pelo papa Gregório em 1582. E Shakespeare vivia na Inglaterra protestante, frequentemente hostilizada pelo reino espanhol a serviço do Vaticano, e que ainda marcava o tempo pelo Calendário Juliano. A Inglaterra só adotaria o Calendário Gregoriano em 1751. Shakespeare, portanto, teria morrido no dia 3 de maio – 10 dias após o espanhol.
Mas quem vai dizer que a história não é boa? Sendo assim, para que insistir tanto na picuinha das datas? Para lembrar, talvez, que a literatura é em última instância uma construção paradoxalmente individual (na mente e no coração de cada leitor) e coletiva (na transmissão de leituras e cânones, de intepretações e até mesmo mitologias literárias com as quais os leitores se comprazem).

Fonte: http://www.livrosepessoas.com/2012/04/23/curiosidades-23-de-abril-dia-mundial-do-livro/